Isaura Morais, 44 anos, ficou para a história de Rio Maior quando destronou, nas últimas eleições autárquicas, em Outubro, o socialista Silvino Sequeira, do PS, que estava no poder há 24 anos. .Pessoa simples, filha de pais agricultores, é vista na terra como "um exemplo de mulher", disse ao DN um rio-maiorense. .Em 1999 ficou viúva. Tinha apenas 33 anos. O marido, António José Bernardino Morais, engenheiro de profissão, fora vereador do PSD na Câmara de Rio Maior no mandato de 1993. O "engenheiro Morais", como era conhecido em Rio Maior, travou com a ajuda da mulher uma batalha contra a leucemia. A doença acabaria por vencê-lo. Isaura Morais ficou só na educação da filha, que hoje tem 16 anos. .Reaprendeu a viver e criou objectivos. Estudou à noite, tirou uma pós-graduação em Gestão de Marketing e, em 2001, tornou-se militante do PSD. O partido convidou-a para se candidatar à presidência da Junta de Freguesia de Rio Maior e Isaura aceitou o desafio. Seria a catapulta para a presidência da câmara. .Apoiada pelo PSD, tendo Pacheco Pereira a seu lado como mandatário e o apoio da então líder do partido Manuela Ferreira Leite, Isaura Morais alcançou uma vitória esmagadora nas autárquicas de 11 de Outubro de 2009: uma maioria absoluta com 49,21% dos votos. Dificilmente alguém imaginaria que uma mulher com este perfil era vítima de violência doméstica. Mas o fenómeno é transversal na sociedade portuguesa e atinge todos os estratos sociais. R. T. e R. C.